Na Arte da Guerra, Sun Tzu, recomenda aos verdadeiros Guerreiros que nunca percam as Armas. Numa versão moderna deste aforismo recomendar-se-ia a Pedro Santos Guerreiro que nunca fique com as calças na mão.
Vem isto a propósito do seu comentário “O regresso de Rendeiro”, na versão on-line do Negócios, ao meu post no blogue https://joaorendeiro.wordpress.com/, onde simulo um teste de stress ao BPI
E Santos Guerreiro ficou mesmo com as calças na mão. A verdade é que, muito recentemente, o Jornal de Negócios promoveu no Hotel Sheraton, com o patrocínio da sociedade de Auditores do Banco Privado Português, um pequeno-almoço com Fernando Ulrich.
A pompa e circunstância pareceu-me muito bem, mas desgraçadamente, o Negócios não colocou algumas questões chave que abordo no meu texto e que são decisivas para entender o actual contexto do sistema financeiro. Por exemplo:
-Qual a dimensão dos activos tóxicos do BPI na Grécia e na Irlanda?
-Serão mil milhões de euros em Dezembro de 2010?
-Será verdade que o BPI tem € 4,2 mil milhões em dívida pública portuguesa? Porque não investiu este montante em dívida alemã?
E por aí adiante.
Mas não. Em vez de discutir o fundo das questões Santos Guerreiro volta a uma via de ataque pessoal quanto a minha alegada actuação no BPP.
Recordo, mais uma vez que, não foi formulada contra mim nenhuma acusação e portanto não tive ainda qualquer possibilidade de defesa. Informo, de novo, que há muitos elementos do triste processo BPP que não são conhecidos publicamente, e que estou muito a tempo de dar todas as respostas que sejam necessárias às perguntas de Santos Guerreiro e de outros.
Quando esse tempo chegar, espero apenas não apanhar este Guerreiro, mais uma vez, de calças na mão.
Excelente resposta , ou como diria Sun Yan Tse , a vitória é previa à própria batalha.
Acredito que haverá muita informação que não é ainda conhecida no caso BPP, mas tal como nos sucessos o líder é o rosto da instituição, também nos problemas o é.
No fundo, o que se espera é que todos os factos sejam revelados e que seja eliminar os fantasmas e preconceitos entretanto criados.
Caro João, Li o seu comentário no blogue. Ao
contrário do que diz, não há ataque pessoal no que escrevi – ontem
ou em qualquer momento após a intervenção do BPP. Nada do que
escrevi foi a pensar em si, mas sempre naqueles que foram
prejudicados com a queda do BPP. Tudo o que penso é público,
escrito “pela frente”. Considero que a liquidação do BPP é uma
vergonha para o sistema financeiro português. Os prejudicados estão
todos identificados. Os que prejudicaram não. O João é inocente,
como várias vezes escrevo, mas o fundador e chairman até ao “fim”
não pode ser um desresponsabilizado. E, repito, acho que é
atrevimento dar aulas de gestão bancária e não ter uma palavra de
consideração para com os afectados. O Negócios foi o único
jornal a dar importância ao que escreveu. Outros jornais
desprezaram-no, entenderam que o João não merece a consideração de
ser lido ou transcrito. Discordo. Porque não sou censor, porque o
João é inocente e porque, obviamente, sabe de banca. Sobre o
“tratamento editorial”, aliás, desafio-o a encontrar notícia mais
isenta do que aquela que publicámos: um texto literal, objectivo e
extensivo sobre a sua argumentação. A opinião foi publicada horas
depois, com o mesmo destaque – e mais importante, de forma
autónoma. Não o censurámos, como outros. Não misturámos informação
com opinião. Folgo em ler que está disponível para dar as
respostas ao Negócios. Convido-o pois para uma entrevista, que
várias vezes lhe pedimos, sempre sem sucesso. Aceita?
Cumprimentos, Santos Guerreiro